RHEBECKA SOUZA

Somos seres com alma de borboleta, plena de beleza e harmonia, habitando num corpo onde as emoções e desejos, numa espécie de casulo nos aprisionam nos corpos físico, emocional, mental e espiritual, até que a compreensão e a consciência nos eleve ao que somos verdadeiramente, seres de luz.


sábado, 25 de julho de 2009

Depois de um período de turbulência, começava experimentar novas possibilidades.
Trabalhava num lugar tranquilo, sem correria, numa em frente ao mar onde todos os dias saltava uns dois pontos antes para aproveitar a brisa que soprava do mar, nesses momentos comecei a refletir sobre "ritmos"; o externo do mundo, e o meu próprio ritmo interno, equilibrá-los percebo que é fundamental para uma vida plena e quando respeitamos esse movimento, nossos talentos surgem.
A oportunidade surgiu quando duas colegas do grupo de terapia me convidou para junto com elas fazermos sequilhos para vender. Na época estava na moda, Conceição trabalha numa empresa que estava sempre promovendo eventos, congressos e nem sempre encontrava quem fornecesse com a qualidade esperada. Decidido, compramos todo material e mãos a obra. Consuelo já fazia sequilhos salgados muito bem, precisávamos de fazer os doces.
Começamos pelos sequilhos de goma. Na primeira tentativa nao deu certo, então com ajuda da mãe de Conceição que nos ajudou além de trazer outras receitas engrenamos e tudo foi dando certo. Nos reuníamos em minha casa, nós cinco eu e Conceição temos filhas que na época entre deveres ficavam perabulando pela cozinha, comendo os sequilhos que não passavem pelo crivo da qualidade (minha filha gostava de comer a massa crua).
Foi um período de grande aprendizado, nos tornamos amigas amizade que perdura até hoje entre eu e Conceição pois Consuelo já não está presente fisicamente mas no coração para sempre.
Trabalhar as massas enrolar nas mãos começou ativar os centros de energias que me servem para o trabalho nos dias de hoje. Percebi que precisava colocar o "doce" em minha vida, exercitar a paciência, a alegria, a flexibilidade, logo estávamos inventando compotas de maracujá com mamão, tomate com mação.
Depois de um tempo, a moda passou, Conceição e Consuelo se afastaram, eu continuei sózinha estava motivada. Comprei revistas, passei a frequentar cursos de pãezinhos, tortas, chocolate, era muito gostoso e divertido nesses momentos quebrava os julgamentos eu tão rígida, começava a me divertir logo estava trocando receitas, aprendendo dicas, fazendo amizades, aprendendo sobre simplicidade, prazer e alegria.
Fiz ovos de chocolate para Páscoa, dias da Mães chocolate em caixas decoradas que aprendi a fazer, pão de metro e descobri o quanto gosto de fazer pães, gosto de trabalhar a massa, ver o resultado, assim como eu faço na minha vida busco o aprendizado sabendo que haverá um resultado.

BOLO MÁRMORE DOURADO


Ingredientes

1/2 xícara de manteiga
1 1/4 de açucar
2 ovos
1 xícara de leite
1 colher de chá de essência de baunilha
2 xícaras de farinha de trigo
4 colheres de chá de fermento em pó
2 colheres sopa de melado
1 colher de chá de canela em pó
1/2 colher de chá de cravo em pó

Bata a manteiga e adicione o açucar aos poucos, sem parar de bater.
Junte os ovos, um a um, batendo bem depois de cada adição. Misture o leite e a baunilha. Acrescente ao creme de manteiga, alternando com a farinha e o fermento misturados, batendo sempre.
Retire 1/3 da massa e coloque em outra vasilha. Junte a essa parte o melado e as especiarias. Coloque as duas massas alternadamente, às colheradas, numa assadeira de 20x30cm, untada e olvilhada. Asse em forno moderado, preaquecido; por 40 minutos, ou até que enfiando um palito, ela saia limpo. Deixe esfriar e corte em quadrados. Se desejar sirva com calda de chocolate.


terça-feira, 21 de julho de 2009

A réstia do sol
Que entra pela porta
Desperta e aquece meu corpo
Respiro nessa luz
Sinto cheiro de vida

sábado, 18 de julho de 2009

11/1999

Alma que anseia liberdade
Correr pelos prados
Sem pressa
Tendo o sol, as estrelas como guia
Alma que anseia viver a liberdade do amor infinito
Sem amarras, sem compromisso, apenas com a verdade do sentimento
Alma que corre, brinca, chora com os seres e se funde na alegria.
Seguir a estrela cadente. Para onde? Onde mora Deus, onde moram os anjos.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

SOU EU

(...) "o ar em nossos pulmões é o mesmo que movimenta os oceanos e fustiga os desfiladeiros mais escarpados. A água que compõe mais de 98% do sangue que corre em nossas veias é a mesma água que uma vez formou os grandes oceanos e as nascentes das montanhas... Somos seres unidos à Terra, em vez de separados dela. (...) Somos avisados de que os desequilibrios impostos à natureza se refletem nas condições internas de nosso corpo..." (Greg Braden - O Efeito Isaías).

Lembro de uma propaganda que vejo veiculada no período das chuvas: Não joguem lixo nos canais. Recordo então da Medicina Chinesa quando fala dos meridianos ou Canais de energias que fluem pelo nosso corpo e órgãos, proporcionando saúde, vitalidade e bem estar. Meridianos unem o corpo e o espírito.
Quando eles são "entupidos" pela alimentação inadequada, emoções conflitantes, desconexão com o Divino, então surgem as doenças.

Um dia um dos meus "canais" ficou cheio de lixo e... transbordou num mioma.
Na época eu já tinha conhecimento que temos um corpo mental, emocional, espiritual e físico; só não compreendia que eram tão interligados.
Depois da noticia que seria necessária uma cirurgia, muito prática, objetiva e rígida providenciei os exames e definida a data, me dirigi ao hospital. No meu pensamento seria algo rápido.Grande engano. Ao chegar fui encaminhada para uma enfermaria onde mais quatro mulheres aguardavam para fazer o mesmo procedimento; aliás, percebi que haviam mais duas enfermarias onde também outras mulheres estavam esperando o mesmo. Levei um susto, não fazia idéia da quantidade de mulhes histerectomizadas (algumas que conheci muito jovens sequer haviam experienciado a maternidade).
Refeita do choque não me restou alternativa, a não ser "observar" todo o cenário e personagens.
Ninguém falava - ás vezes alguns monossílabos - como se não quisessemos partilhar nada, ou talvez fosse o medo de começarmos a chorar. Como éramos parecidas.
Meu mental perguntava: Por que estou aqui? meu coração respondia: Não é "porque "e sim "para que estou aqui" o que preciso aprender de mim nesse momento. Observar sem julgar.
Surpresa! não fui a primeira a ser encaminhada ao centro cirúrgico e sim a última. Ao observar aquelas mulheres retornar ao quarto com a dor estampada em cada rosto, me perguntava: Porque não choram? (contidas que nem eu) lembro-me de uma delas que cobriu-se da cabeça aos pés, outras aceitaram um pouco de ajuda, mas mantendo distância.
Comecei a pensar: será esse o preço a pagar para sustentar o orgulho, a rigidez, obstinação? mutilando meu corpo até só restar um olhar vazio, solidão. A decisão era minha. Por isso quando retornei da cirurgia, pedi ajuda à enfermeira para calçar meus pés, me cobrir, então chorei, e enquanto chorava pedia perdão ao meu corpo, ao meu feminino, realizei um casamento com meus quatro corpos: Mente, Alma, Emoção, Corpo num compromisso de amor, respeito, fidelidade, cumplicidade. Visualizei uma luz azul a me envolver e dentro dela "uma mão" que segurei fortemente, então me acalmei e dormi.
Acordei bem, sem pressa, esperei todos os procedimentos, firme no compromisso assumido aceitei ajuda para ir ao banheiro, com todo cuidado.
Outra surpresa: Fui informada que havia recebido muitas ligações de pessoas que estavam preocupadas comigo, queriam saber noticias. Foi um conforto; fiquei esperando o horário de visitas, sentia saudades da minha filha Taís, não sabia se seu pai iria levá-la, mas ele a levou. Quando ela chegou trouxe o sol, naquele momento comecei a acreditar em "possibilidades".
Recebi a visita de companheiras dos grupos de terapia que participava todas muito solidárias e amorosas.
Acreditando que tudo é possível e me disponibilizando a quebrar resistencia aceitei quando meu ex-marido ofereceu ajuda ao segurar o soro para que eu pudesse ir ao banheiro, agradeci.
Ao sair do hospital, fiquei em casa me cuidando, nada de voltar ao trabalho.
Começava um longo aprendizado.