RHEBECKA SOUZA

Somos seres com alma de borboleta, plena de beleza e harmonia, habitando num corpo onde as emoções e desejos, numa espécie de casulo nos aprisionam nos corpos físico, emocional, mental e espiritual, até que a compreensão e a consciência nos eleve ao que somos verdadeiramente, seres de luz.


terça-feira, 24 de janeiro de 2012

TRANSFORMANDO RELACIONAMENTOS

Sempre que dividimos o mundo em bom e mau, o conflito e a neurose são inevitáveis. Nossa energia se torna dividida. Sempre que nos orgulhamos de dizer "não" a um pedaço de bolo na hora do almoço ou agradamos nosso parceiro à custa de nossa própria felicidade estamos nos curvando à antiga cosmologia. Tentar ser bom provém de uma maneira dualista de pensar. Baseia-se em julgamento, ou amor condicional. Alimenta a autorretidão, que significa que alguém está "no que é certo" e alguém mais está "no que é errado" - alguma parte do eu está certa (o juiz interior) e outra parte é má e errada. (nossos sentimentos, pensamentos ou desejos). Esse conflito interno será espelhado no conflito com outras pessoas. Nossa divisão interna nos leva a projetar nossa sombra sobre os outros. Essa é a raiz das guerras, do terrorismo, do genocídio, do racismo, do sexismo, das rixas familiares, das facções religiosas, do bode expiatório e da maioria das dificuldades de relacionamento. Como disse Carl Jung: " A regra psicológica diz que, quando uma situação interior não se torna consciente, acontece externamente como um destino. Isto é, quando o indivíduo permanece dividido e não se torna consciente de sua oposição interior, o mundo precisa forçosamente agir fora do conflito e ser rasgado em metades opostas".
Essa dinâmica cria uma imensa proporção de miséria no mundo e bloqueia nossa capacidade natural de amar de coração aberto e de falar honestamente, sem culpa ou de maneira defensiva.
Ghandi disse que precisamos Ser a mudança que queremos ver no mundo. Pelo fato de toda energia estar interligada, estamos todos em um nível energético. Aquilo que Somos tem muito mais impacto do que o que dizemos ou fazemos. Se nos amamos e estamos em paz, isso ajuda a espalhar amor e paz no mundo. Nossa energia irradia-se para muito além de nossa vida pessoal, como ondas espalhando-se em um grande lago. Quando somos negativos ou críticos, mesmo na privacidade de nossa mente, essa energia afeta o mundo. Quando somos amorosos, alegres, pacíficos, criativos e visionários, isso também afeta o mundo ao nosso redor.
Mas isso não é desculpa para nos espancarmos cada vez que tivermos um pensamento negativo ou sentirmos raiva, desespero ou medo, Se reagirmos dessa maneira, escorregaremos de volta à velha cosmologia.
Uma parte crucial do autoamo é aceitar que somos, passando nossos braços ao redor de nós mesmos e dizendo "sim" ao que quer que seja, O paradoxo é que não conseguiremos mudar enquanto estivermos nos forçando ao que quer que seja. Quando nos forçamos, estamos em reistência, o que bloqueia o fluxo de energia. Temos de aceitar o que está à nossa frente para abrirmos a porta para a mudança, seja uma emoção negativa, uma situação difícil ou dolorosa, o comportamento de outra pessoa ou o que está acontecendo no mundo. Para dizer "sim" a isso, precisamos amolecer nossa resistência. Nosso amor precisa ser incondicional. Tolerência não é amor. Aprovação não é amor. Dependência não é amor. O amor cura e transforma tudo, mas tem de ser incondicional, ou não é amor.
Podemos amar verdadeiramente apenas quando sabemos que somos bons e almejamos ser felizes. Não podemos amar enquanto estamos tentando ser bons. O mundo do julgamento nos aprisiona no ego - podemos apenas subjugar ou outros ou permitir que sejamos subjugados. Quando tentamos agradar os outros a partir de um senso de menos valia, estamos tentando "ganhar" amor pelo sacrifício de nosso eu verdadeiro. Se emitirmos vergonha ou insegurança, nossos relacionamentos refletirão isso de volta para nós. Se tentarmos ser bons pela identificação com o deus julgador interno, nos tornaremos críticos e controladores dos outros, mantendo-os responsáveis por nossos sentimentos e desejando que vivam de acordo com o "nosso" modelo de quem devem ser. De um modo ou de outros, o amor e a intimidade precisam ser encontrados agora.
Em contraste, quando alegamos ser felizes, liberamos vibrações de autoamor, autovalorização e apreciação e nossos relacionamentos refletem isso ao se tornarem mais profundos, mais felizes e mais autênticos. Em outras palavras, muito do que pensávamos sobre "o que o amor significa" - autossacrificio, colocar os outros em primeiro lugar, ser leal aos outros à custa de nossos próprios sentimentos ou autenticidade, ou sentir-se autorizado a fazer os outros se comportarem da maneira que desejamos - realmente nos "afasta" dos relacionamentos amorosos, nos leva à prisão crepuscular da codependência. Nos leva para o amor obediente, que constantemente escorrega para ciclos tóxicos de controle e sacrifício, censura e culpa. O amor obediente estraçalha nossa consciência e estrangula nosso potencial. Mantém-nos reféns da velha cosmologia...
Parte do texto - Autor Gil Edwards

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