" Qualquer pensamento que não seja revestido de amor é um convite para que a sombra entre. Somos levados a acreditar no mito da neutralidade: que não precisamos realmente amar, contanto que não causemos danos. Mas todo pensamento cura ou causa dano. O poder criativo infinito do pensamento garante que qualquer coisa que escolhermos pensar resultará em efeito. Se não escolho amar - se escolho reter meu amor -, naquele momento é criado um vácuo psíquico. E o medo se apressa em preencher o espaço.
Isso se aplica aos meus pensamentos sobre os outros e sobre mim. Tendo focado nos aspectos da sombra de outra pessoa, não posso deixar de entrar nos meus: o aspecto da raiva, do controle, da carência, da desonestidade, da manipulação, e por aí adiante.
Uma vez que entro na escuridão de culpar e julgar, fico cega para enxergar minha luz, e não consigo achar meu Self melhor.
Ou, tendo esquecido a verdade essencial do meu ser - deixando de apreciar a mim mesma, por não apreciar a luz divina que reside em mim -, facilmente caio na armadilha do comportamento autodestrutivo. Entrego-me a qualquer forma de sabotagem pessoal que fará os outros se esquecerem, como eu me esqueci, de quem realmente sou. Seja atacando os outros, ou atacando a nós mesmos, a sombra provê a tentação aos pensamentos de destruição e insanidade.
A mente, em seu estado natural, está comunicação constante com o espírito do amor. Mas a sombra, como o amor, tem seus embaixadores dentro de nós - pensamentos que nos atraem constantemente, um convite a perceber as coisas de modo isento de amor. "Ele disse que me contrataria e não contratou; é um idiota." "Ela tem uma política que me enoja; não a suporto". "Pode comer o bolo inteiro; não faz diferença o que o médico disse." "Não faz mal se você ficar com esse dinheiro; ninguém vai saber." O mundo está dominado pelos pensamentos de medo, e somos constantemente encorajados pelas crenças da sombra.
Na falta da prece ou da meditação - experiência de amor compartilhado entre o Criador e a criatura -, somos facilmente tentados a perceber tudo sem amor. Em consequência, ingressamos na zona sombria dentro de nós. Se projetamos a culpa nos outros, ou de fato ferimos alguém, ou até chegamos a nos envolver em um comportamento dependente ou de repulsa pessoal que fira primordialmente a nós mesmos, a sombre exerce uma influência horrível.
Mas por que devemos nos surpreender? A maioria de nós acorda, pela manhã, e efetivamente entrega a mente à escuridão. A primeira coisa que fazemos é ligar o computador, ler o jornal, ligar o rádio ou a televisão no noticiário. Baixamos formas de pensamento de medo, literalmente do mundo inteiro, permitindo que nossas mentes, no momento em que mais estão abertas a novas impressões, sejam influenciadas pelo pensamento baseado no medo que domina nossa cultura. É claro que reagimos a partir da sombra, pois tudo o que vimos é sombra! É claro que nos sentimos deprimidos, infelizes, insatisfeitos e cínicos. O mundo está dominado pelo pensamento baseado no medo e no plano mortal; o medo fala primeiro e mais alto. nâo há escuridão para analisar aqui; é a luz que temos de acender! De modo a evitar as garras da sombra, precisamos constantemente ir em busca da luz."
Trecho do livro O Efeito Sombra - Texto de Debbie Ford - pags 201 a 203