RHEBECKA SOUZA

Somos seres com alma de borboleta, plena de beleza e harmonia, habitando num corpo onde as emoções e desejos, numa espécie de casulo nos aprisionam nos corpos físico, emocional, mental e espiritual, até que a compreensão e a consciência nos eleve ao que somos verdadeiramente, seres de luz.


sábado, 1 de fevereiro de 2014

A CRIANÇA: GUARDIÃ DA INOCÊNCIA

O arquétipo da Criança é nosso ponto inicial. É muito fácil nos identificarmos com a Criança, especialmente depois de décadas de livros populares e seminários sobre o assunto. Este arquétipo estabelece como percebemos a vida, a segurança, a satisfação, a lealdade e a família. Seus diversos aspectos incluem a Criança Ferida, a Criança Abandonada ou Órfã, a Criança Dependente, a Criança Inocente, a Criança Natural e a Criança Divina. Estas energias podem surgir  em resposta a diferentes situações de nossa vida, mas a questão central em todos os arquétipos relacionados à Criança gira em torno de dependência e responsabilidade: quando assumir responsabilidade, quando viver uma dependência saudável, quando enfrentar o grupo e quando aceitar a vida comunitária. Os estágios de crescimento como o início da idade da razão, aos sete anos, a entrada na adolescência aos 13 anos, ou a idade adulta oficial aos 21 anos, representam estágios de maturidade física e espiritual. Durante a época em que somos completamente dependentes, do nascimento aos sete anos, desenvolvemos os primeiros estágios da capacidade de tomar conta de nós mesmos, de nossos corpos e de nossas posses. Aos sete anos, começamos a aprender o que significa ser responsável não apenas por nossos pertences, mas também por nossos atos. Dos sete aos 13 anos continuamos nosso desenvolvimento emocional, sendo apresentados às questões maiores da moralidade, ética, lealdade, e às regras dos relacionamentos.
Na adolescência nos tornamos autoconscientes e autocentrados. Entendemos - e às vezes ficamos fascinados com isso - a força da mente, a atração do coração e a paixão do corpo. Durante estes anos, imagens de tudo o que poderíamos ser ou daquilo que mais tememos surgem com frequência. Em torno dos vinte anos, entramos em contato com nossa vulnerabilidade como adultos, e também com nossos pontos fortes. Fazemos importante escolhas de vida, e apesar de que ainda mudaremos de idéia muitas vezes, e também que as circunstâncias redirecionarão nosso percurso, esse momento representa o início do contato real com o mundo da responsabilidade física, como seres independentes e separados da tribo. Finalmente, em torno dos 21 anos, surge o poder do espírito, quando começamos a enxergar além do aspecto físico da vida e encontrar sentido simbólico naquilo que fazemos, desde o ativismo político e o idealismo social até o amor e a exploração do reino espiritual. Em torno dos 28 anos fazemos uma transição natural para o próximo ciclo, como adultos responsáveis e interconectados.
O processo descrito acima representa um amadurecimento natural. Entretanto, devido às condições complexa da vida atual, este amadurecimento espiritual varia de pessoa para pessoa. Olhando de um ponto de vista arquetípico, vemos que, quando estes ciclos não são completados os adultos têm dificuldades para se tornarem responsáveis por si mesmos e para criarem relacionamentos bem-sucedidos. A Criança interna demonstrará aspectos de Criança Ferida ou Criança Órfã, refletindo o fato de que em algum ponto ao longo do caminho esta pessoa não recebeu a nutrição indispensável para se tornar responsável e independente. Neste caso, a pessoa pode facilmente passar os anos de juventude tentando corrigir e compensar estas deficiências.
O confronto com o arquétipo da Criança dentro de nós desperta um novo relacionamento com a vida, um recomeço. Independentemente de qual aspecto da Criança é mais forte dentro de nós, este arquétipo nos liga a recursos não utilizados do pensamento criativo. Este é o cerne da Criança Inocente - a sensação de que tudo é possível.
Como guardiã de nossa inocência, a Criança ajuda a curar, consertar e fazer cessar o abuso contra a Criança Ferida, Se você se sente inundado pelo psiquismo da Criança Ferida, Negligenciada, Abandonada ou Órfã, você precisa iniciar ou identificar um relacionamento ou uma iniciativa criativa capaz de fazer você gostar de sua vida. Pergunte à sua Criança de que ele precisa para se sentir nutrida e cuidada. A Criança muitas vezes nos inspira a agir fora dos limites estabelecidos ou a nos aventurar sem as pesadas restrições da mente adulta. Permita-se uma inspiração deste tipo, como forma de estabelecer contato com a Criança interior.
Mas tome cuidado para não se apegar à ferida. Não seja indulgente demais com a Criança, senão ela se transforma em uma peste.
Mas dê-lhe o apoio de que precisa para crescer."
Carolina Myss - Contratos Sagrados

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