Fazem mais ou menos uns dois meses que ao chegar em casa à noite, deparei-me com um caramujo "mordendo" esta planta.
A dor é sempre impactante não importando se é uma planta, um animal ou ser humano. Retirei o caramujo, observando o campo áurico da planta, "paralisado", com a mordida ela deixou cair uma folha, assim como acontece com cada um de nós ao passar por momentos semelhantes, onde a dor ou várias delas faz com que saiamos "largando" pedaços que muitas vezes se tornam difíceis de 'juntar.
A primeira atitude foi plantar a folha que havia caído. E o que mais? o que se diz nessas horas? "vai passar" logo vc se recupera" como se fosse possível "mesurar" o tamanho da dor e quando ela irá passar. Para muitos, a dor acaba se tornando uma companhia permanente.
Queria ajudar de alguma forma, sabendo que ela não gosta de sol nem chuvas fortes, que resolvi usar do "meu tempo" começando por juntar as plantas iguais, sua família e outras cercando-a de força, carinho e solidariedade e as bênçãos do Universo, colocando-a para receber os primeiros raios de sol e a brisa do final de tarde contando também com o "tempo" de Deus, por causa dos dias chuvosos, sei que nesse movimento ela começou a se "abrir", duas folhas "mordidas" começaram a se regenerar, aos poucos passando a mostrar toda sua beleza.
Tempo para se regenerar! é o que todo mundo deveria compreender pois não adianta querer "atropelar" a dor fazendo de conta que não está acontecendo nada, não se permitindo receber ajuda, nem tão pouco "achar" que outro tem ficar à disposição, porque a vida segue, importando a disponibilidade do estar "presente".
Bem, ela está cada vez mais exuberante, acredito que dessa história ficará talvez uma folha com uma "cicatriz" nada que abale seu desenvolvimento e beleza. Afinal, é só uma cicatriz. Eu nem lembro mais das minhas.
E como ouvi recentemente numa música: "Se arranhar? nem vou chorar!"
RHEBECKA SOUZA
Somos seres com alma de borboleta, plena de beleza e harmonia, habitando num corpo onde as emoções e desejos, numa espécie de casulo nos aprisionam nos corpos físico, emocional, mental e espiritual, até que a compreensão e a consciência nos eleve ao que somos verdadeiramente, seres de luz.
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