RHEBECKA SOUZA

Somos seres com alma de borboleta, plena de beleza e harmonia, habitando num corpo onde as emoções e desejos, numa espécie de casulo nos aprisionam nos corpos físico, emocional, mental e espiritual, até que a compreensão e a consciência nos eleve ao que somos verdadeiramente, seres de luz.


segunda-feira, 7 de setembro de 2009

SERENIDADE

Serenidade significa fé e confiança nos desígnios do Eterno; provém da paz de uma consciência tranquila que renova os recursos espirituais para a longa jornada.
Não transborda orgulho nem prepotência. Permanece no campo da luta pacientemente à espera de que a força do Bem tudo possa renovar.
Como um trator a aplainar os caminhos acidentados, possui a estabilidade da segurança e a força da confiança que impulsiona de maneira imperturbável.
A serenidade não destrói o erro mas tolera-o enquanto compreende que ele não possui forças para transformar-se, porém não se perturba, pois crê firmemente que o erro é produto da ignorância e que toda treva será desfeita pela luz.
Na jornada evolutiva um princípio de autoconfiança deve manter o servo na atitude serena, pois o erro procura sem cessar destruir a base de sustentação da virtude, que é a serenidade, produto da certeza na vitória do Bem.
A alma serena sabe suportar porque tem esperança e é humilde, confiando no Bem, embora conheça a realidade de ser ainda imperfeita. Tem a sabedoria de suportar com paciência os vendavais porque conquistou a dupla força que a sustenta: a confiança na vitória do Bem e a consciência dos seus poucos méritos, que a faz suportar a luta necessária do aprendizado.
A serenidade é fruto da conquista do equilíbrio emocional e só é consolidada através das lutas, nas quais a alma necessita recompor-se inúmeras vezes, como o lutador que pára a fim de haurir a força do oxigênio renovador.
A serenidade é persistencia por amor a Deus e ao próximo. É compaixão diante dos erros alheios, é esperança na renovação do semelhante desviado, é fraternidade enfim! É humildade, é tolerância, é paciência.
Diante desses valores surge logo a objeção de que, em sã consciencia, não somos ainda capazes de alcançar tais realizações de forma espontânea e que o esforço excessivo torna-se artificial, pouco real e menos produtivo para a harmonia do ser imperfeito.
Vem-nos então a certeza de que, se possuíssemos a virtude, não necessitaríamos analisá-la pois já estaria assimilada e, no pleno gozo de suas vantagens, nada mais seria preciso do que utilizá-la a bem geral. Se a dissecamos é para que fiquem nítidas diante de nós suas partes componentes e, tendo-as em mira, renovemos nossas disposições favoráveis à construção de valores novos em nosso íntimo.
Nesse desejo de aprender e assimilar não vai uma tentativa de sufocação da alma, por comprimi-la em moldes de excessiva pureza; não vai tão pouco uma admoestação às vossas deficiências. Somos companheiros de aprenizado e nada mais justo do que buscarmos esclarecer a mente, na esperança de fornecer-lhe os elementos indispensáveis a um discernimento claro e oportuno, como o alimento positivo que fortaleça a alma, facilitando-lhe as realizações.
A conquista da serenidade exclui por completo a auto-recriminação, que sensibiliza de maneira negativa, predispondo mal o espírito para a luta. A alma serena é capaz de observar os próprios erros sem perturbação. Dissolve-os, pouco a pouco, no esforço de renovação de suas atitudes.
O equilíbrio emocional ou serenidade é produto da aquisição de uma arte. Como todas as artes, exige uma predisposição ou tendência, expressa num desejo, numa procura constante de atingir a realização. Sem essa base, nada poderá ser feito. Não se espera que, de uma alma avessa à disciplina e ao esforço, possa surgir o "talento" indispensável à aquisição dessa arte. Embora as tendências atuais do progresso artístico dêem plena liberdade ao gênio criador, o artista não poderá dispensar os pincéis, as tintas, o cinzel, enfim, todo o aparelhamento tradicional para a evolução de sua obra. Da mesma forma, a conquista do equilíbrio emocional não implica na submissão rígida a valores classicamente estereotipados!
Há largueza e flexibilidade suficientes para que cada qual chegue a externar suas aptidões, formando o quadro individual de sua criação, sem no entanto dispensar os instrumentos dessa realização: 1) a vontade firmemente dirigida e utilizada como elemento de libertação dos próprios valores positivos, pois à semelhança do cinzel ela se encarregará de burilar as arestas indesejáveis, sem prejudicar, por golpes violentos, a harmonia do conjunto que se molda; 2) aliada ao esclarecimento pela aplicação ao estudo das melhores diretrizes, poderá ser comparada à tela colocada com firme determinação diante do artista, cujo pincel, manipulado esclarecidamente, formará a obra de de arte, com o auxílio das tintas vivas do Amor, que é a expressão mais alta da beleza na vida!
Serenidade é humildade e amor. Pratcai-a com vontade firme. Pode e deve ser conquistada como prova de que já sentimos o perdão do Senhor para os nossos males e que esperamos, imperturbáveis, que esse esmo perdão atinja a alma aflita de nossos irmãos.
Rama-Schain (texto extraído do livro Mensagens do Grande Coração-Editora do Conhecimento)

Um comentário:

  1. Fico fiscalizando sua produção...!!, e todas as vezes fico encantada!!. Parabéns

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