RHEBECKA SOUZA

Somos seres com alma de borboleta, plena de beleza e harmonia, habitando num corpo onde as emoções e desejos, numa espécie de casulo nos aprisionam nos corpos físico, emocional, mental e espiritual, até que a compreensão e a consciência nos eleve ao que somos verdadeiramente, seres de luz.


sábado, 15 de janeiro de 2011

MULHERES QUE CORREM COM LOBOS

O título do texto se refere ao livro escrito por Clarissa Pinkola Estés sobre mitos e histórias do arquétipo da mulher selvagem. O conheci quando fazia terapia e foi de grande ajuda e sempre que posso relei-o pois seu conteúdo tem sempre algo a acrescentar no momento vivido.
A escritora que é psicóloga junguiana, ao estudar sobre os lobos percebeu semelhanças entre a loba e nós mulheres. Segundo ela :"Minha vida e meu trabalho como analista junguiana e cantadora, contadora de histórias, me ensinaram que a vitalidade esvaída das mulheres pode ser restaurada por meio de extensas escavações "psíquico-arqueológicas" nas ruínas do mundo subterrâneo feminino".
O livro traz histórias interessantes, muitas nossas conhecidas :Barba-Azul, patinho feio, mitos e lendas que até hoje fazem parte do universo inconsciente coletivo da humanidade, mas trazendo uma leitura baseada na compreensão da psiquê feminina.
Alguns trechos: (... As terra espirituais da Mulher Selvagem, durante o curso da história, foram saqueadas ou queimadas, com seus refúgios destruídos e seus ciclos naturais transformados à força em ritmos artificiais para agradar os outros....).
(.... Os lobos saudáveis e as mulheres saudáveis têm certas características psíquicas em comum: percepção aguçada, espírito brincalhão e uma elevada capacidade para a devoção. Os lobos e as mulheres são gregários por natureza, curiosos, dotados de grande resistência e força. São profundamente intuitivos e têm grande preocupação para com seus filhotes, seu parceiro e matilha. Têm experiência em se adaptar a circunstâncias em constante mutação. Têm uma determinação feroz e extrema coragem...).
Mulher Selvagem um nome forte e que quando internalizado nos remete a lembrança da nossa "força" por muito tempo mal compreendida, e que por necessidade de sobrevivência passamos a distorcê-la. (.... Quando as mulheres ouvem essas palavras, uma lembrança muito antiga é acionada, voltando a ter vida. Trata-se da elmbrança do nosso parentesco absoluto, inegável e irrevogável com o feminino selvagem, um relacionamento que pode ter se tornado espectral pela negligência, que pode ter sido soterrado pelo excesso de domesticação, proscrito pela cultura que nos cerca ou simplesmente não ser mais compreendido. Podemos ter-nos esquecido do seu nome, podemos não atender quando ela chama o nosso; mas na nossa medula nós a conhecemos e sentimos sua falta. Sabemos que ela nos pertence; bem como nós a ela.....).
"(.... Quais os sintomas associados aos sentimentos de um relacionamento interrompido com a força selvagem da psique? Sentir, pensar ou agir segundo qualquer um dos seguintes exemplos representa ter um relacionamento parcialmente prejudicado ou inteiramente perdido com a psique instintiva profunda. Usando-se exxclusivamente das mulheres trata-se de sensações de extraordinária aridez, fadiga, fragilidade, depressão, confusão, de estar amordaçada, calada à força, desistimulada. Sentir-se assustada, deficiente ou fraca, sem inspiração, sem ânimo, sem expressão, sem significado, envergaonhada, com fúria crônica, instável, amarrada, sem criatividade, reprimida, transtornada.
Sentir-se impotente, insegura, hesitante, bloqueada, incapaz de realizações, entregando a própria criatividade para os outros, escolhendo parceiros, empregos ou amizades que lhe esgotam a energia, sofrendo por viver em desacordo com os próprios ciclos, superprotetora de si mesma, inerte, inconstante, vacilante, incapaz de regular a própria marcga ou de fixar limites....).
"(.....Uma vez que as mulhres a tenham perdido e a tenha recuperado, elas lutarão com garra para mantê-la, pois com ela suas vidas criativas florescem; seus relacionamentos adquirem significado, profundidade e saúde; seus ciclos de sexualidade, criatividade, trabalho e diversão são restabelecidos; elas deixam de alvos para as atividades predatórias dos outros; segundo as leis da natureza, elas tem igual direito a crescer e vicejar. Agora, seu cansaço do final do dia tem como origem o trabalho e esforços satisfatórios, não o fato de viverem enclausuradas num relacionamento, num emprego ou num estado de espírito pequeno demais. Elas sabem instintivamente quando as coisas devem morrer e quando devem viver; elas sabem bem como ir embora e como ficar....).
Poderia ficar horas escrevendo sobre meu reencontro com minha mulher selvagem, ou transcrevendo textos do livro então perderia graça e se tem algo que valorizo na mulher selvagem é o faro,  a curiosidade e a intuição que faz com que a sigamos e ela que nos diz:"Por aqui, por ali".
E para quem gosta de fazer promessas de finais de ano que tal começar "farejando" para reencontrar sua mulher selvagem.

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