RHEBECKA SOUZA

Somos seres com alma de borboleta, plena de beleza e harmonia, habitando num corpo onde as emoções e desejos, numa espécie de casulo nos aprisionam nos corpos físico, emocional, mental e espiritual, até que a compreensão e a consciência nos eleve ao que somos verdadeiramente, seres de luz.


domingo, 30 de maio de 2010

EXPRESSÃO E MEDO

Ao encerrar a etapa do aprendizado sobre perspectiva na aula de desenho, o professor falou que o fechamento seria um desenho criado por mim, o que a princípio foi encarado como mais um desafio.
Resolvi não me preocupar que a criação chegaria na hora devida. Foi o que aconteceu.
Rabisquei o desenho de um templo Sumério(ninguém pergunte como sei que era Sumério porque não direi nem sobpena de ser excumungada ou queimada, desde quando não encontrei nenhuma referencia na internet). Mostrei ao professor e com sua ajuda, desenhei num papel próprio para aquarela que segundo ele seria técnica a ser usada.
Desenho na minha frente, as tintas misturadas, o pincel na maão, comecei a perceber que meus dedos estavam rígidos, como se quisesse dominar o movimento, a respiração começou a ficar contida, era o medo querende se instalar. Não era um grande medo apenas mais dos vividos ao longo da vida.
A consciência de hoje me leva a compreensão que os medos vão tomando forma na infância, a princípio pequenos medos - medo do escuro, medo que existe um velho que carrega num crianças teimosas, medo que o bicho vai pegar... a medida que vamos crescendo outros medos.... que acabam se transformando num grande "monstro" que pode nos engolir, então passamos a nos esconder sob as máscaras do orgulho, inflexibilidade, do egoísmo, cinismo, da dor,  tudo para que este "monstro" não nos alcance. Na maioria das vezes acaba por alcançar, é o que mais tenho observado, síndrome de pânico, depressões, pessoas enclausuradas em si mesmas, alimentando assim cada vez mais esse "monstro", algumas conseguem ver a luz e percebe que ele não é tão aterrorizante, outros infelizmente não conseguem.
Como estava dizendo, ao perceber esse "pequeno" medo (porque o grande medo já reconheci e enfrentei) resolvi que passaria por ele, comecei a respirar, fui soltando os dedos e deixei que o pincel fizesse o movimento só precisava seguir seu curso, percebendo o resultado da mistura de cores, o desenho revelando toda belez e harmonia, o medo foi dando lugar ao sentimento de paz, alegria, satisfação e duas lágrimas ficaram "beirando" durante todo esse momento e quando terminei fiquei admirando, quando Leonardo falou que esse desenho será transformado em tela. Aceitei suas palavras e disse que essa foi a primeira de todas que virão.
Para quem dizia que não sabia desenhar um "ó" com o copo, estou me revelando uma excelente criadora.
Quanto às lágrimas que ficaram "beirando", falei para Leonardo e ele que havia percebdio disse apenas, chore. E as  duas lágrimas cairam. Solamente.

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