RHEBECKA SOUZA

Somos seres com alma de borboleta, plena de beleza e harmonia, habitando num corpo onde as emoções e desejos, numa espécie de casulo nos aprisionam nos corpos físico, emocional, mental e espiritual, até que a compreensão e a consciência nos eleve ao que somos verdadeiramente, seres de luz.


sábado, 9 de outubro de 2010

UPANISHADS

...Levanta teus olhos em direção ao Sol.
Ele está lá nesse maravilhoso coração de vida e luz e esplendor. Observa à noite as inúmeras constelações citilando como outras tantas fogueiras solenes do Eterno no silêncio ilimitado, que não é nenhum vazio mas pulsa com a presença de uma única existência calma e tremenda. Olha lá Orion com sua espada e cinto brilhando como brilhou aos antepassados Arianos há dez mil anos atrás, no começo da era Ariana, Sirius no seu esplendor, Lyra percorrendo bilhões de milhas no oceano do espaço. Lembra-te que estes mundos inumeráveis, a maior parte deles mais poderosos que o nosso próprio, estão girando com velocidade indescritivel ao aceno desse Ancião dos Dias, a quem ningém, exceto Ele, à sua mercê, sacuda-os como folhas murchas da eterna árvore do Universo. Imagina a perpetuidade do Tempo, considera a incomensurabilidade do Espaço, e então lembra-te que, quando estes mundos ainda não existiam, Ele era ainda o Mesmo. Observa que além de Lyra Ele está e no longuinquo Espaço onde as estrelas do Cruzeiro do Sul não podem ser vistos, ainda assim Ele lá está.
     E então volta à terra e considera quem é este Ele. Ele está bem perto de ti, Repara naquele homem idoso que passa perto de ti, abatido e curvado, apoiado em seu bastão? Imaginas tu que é Deus quem está passando? Há uma criança rindo e correndo ao sol. Podes tu ouvi-lo nesse riso? Não, Ele está ainda mais próximo de ti. Ele está em ti, Ele é tu mesmo. És tu quem ardes lá longe, há milhares de milhas de distância, nas infinitas extensões do Espaço, és tu que caminhas com passos confiantes sobre os turbulentos vagalhões do mar etérico. És tu quem colocaste as estrelas em seus lugares e tecestes o colar de sóis, não com mãos, mas por este Yoga, esta Vontade silenciosa, impessoal e inativa, que te colocou hoje aqui, ouvindo a ti mesmo em mim. Olha para cima, oh filho do Yoga antigo e não sejas mais medroso e cético; não temas, não duvides, não lamentes, porque em teu aparente corpo está Aquele que pode criar e destruir mundos com um sopro.

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